“Casar é muito bom, você vai ver. Não é um mar de rosas, nem prisão. Tem horas de paixão, tem horas de sofrer. Compensa, é bem melhor que a solidão. Não tem que ser igual ao de seus pais. Não tem que ser melhor que o de ninguém. Só tem que ser vocês, do jeito que Deus fez, cedendo um pouco aqui e ali. Casar é muito bom, você vai ver. Não é lua-de-fel, nem só xodó. Tem horas de entender, tem horas de prazer. Contudo, é bem melhor que viver só. Não tem que ser modelo e perfeição, porém, dê todo amor que você tem. Não deixe de dizer: I love you, minha flor; Não deixe de zelar do seu amor. Casar é muito bom, você vai ver, quando se está disposto a crescer. Tem hora de ouvir, tem hora de falar. Respeito e compreensão vão ajudar. Casar é mais do que viver a dois. Casar é aprender até morrer. É ter um só Senhor, viver prazer e dor. Casar é investir no grande amor.”
Escrevi essa canção quando estava completando 10 anos de casado, justamente num dia em que havia discutido com minha esposa sobre algo irrelevante – como sempre. Evidentemente que a surpreendi, principalmente com o “I love you, minha flor”; e toda discussão acabou. Tenho testemunho de pessoas que ouviram a gravação dessa música em igual situação, e o mesmo aconteceu a eles: a briga acabou. Mas não durou muito, e outro pequeno desentendimento aconteceu. Bem que me avisaram quando casei: “Vocês vão ter crise dos 2, 5, 7, 10 anos etc.” Achei bobagem, na época, mas… Neste ano, faço 26 anos de casado – com a mesma mulher (isso é bom dizer). Se tivesse tido crise somente dos 2, 5, 7 e 10 anos, estaria muito feliz.
Casamento é crise todos os anos; todos os meses. Vamos ser francos: é totalmente utópico um homem e uma mulher, vindos de berços diferentes, se completarem perfeitamente. Sempre haverá rusguinhas, pequenas e grandes discussões, beicinhos, choros, objetivos diferentes. Faz parte do jogo do amadurecimento. Se ficar só no “I love you, minha flor” não haverá crescimento e nem se conhecerão realmente um ao outro. Brigas “saudáveis” – entendam bem, sem violência física, verbal ou psicológica – são para exercitar o perdão, a paciência, a compreensão, o voltar atrás, e o respeito à individualidade. Nas discussões saudáveis é que o egoísmo cede lugar ao “preferir em honra um ao outro”, ao amar em qualquer situação e, sobretudo, dá razão ao outro.
É na crise do país que as pessoas se unem e crescem. É na crise política e financeira que o Evangelho é mais conhecido e mais vivido. É na crise que se volta ao princípio para buscar o acerto. Então, vivas às crises, às brigas e às discussões. Já entrevistei casais com mais de 50 anos de casados que confirmam o que eu suspeitava desde o princípio: as brigas não acabam nunca. Então, já podemos cantar nova versão da música “Casar”: “Brigar é muito bom, você vai ver”. Anime-se. Chega um tempo em que até rimos das brigas. Creia.
Contudo, o importante em todo esse processo de amadurecimento é não guardar rancor, respeitar os seus limites e os do seu companheiro, amar com todas as suas forças, ser fiel custe o que custar, e abolir do vocabulário a palavra “separação”. Troque-a por “investimento”, pois, “casar é ‘investir’ no grande amor”. Quem acha difícil ficar casado, provavelmente, ainda não experimentou nem a solidão e nem a separação. Não queira.
:: Atilano Muradas
http://www.atilanomuradas.com/
http://www.atilanomuradas.com/
Converse sobre esse assunto com Pr. Atilano: (31) 9319-0367.
Nenhum comentário:
Postar um comentário